9 de junho de 2015

poesia mor

queria fazer um poema de amor
não podia
não tinha palavras
só tinha o sentido

Tentei fazer uma canção de amor
não podia
porque amor de rádio
não irradia

não desisti
transcendi

me calei










e nele me fiz
e nela me fiz
Poesia
mor

1 de junho de 2015

batalhão

Passei na frente do batalhão

uma flor na cabeça
um cu na mão
um amigo gritando sem sair do tom

e os fantasmas do Carandiru?
muita gente não os esqueceu

Quem batalha
Quem deu a letra
tinha o poder destrutivo
do amor
pelo que se despedaçara

o amor não tem piedade
de quem não tem amizade
de quem não tem vergonha
e estapeia
a cara

O amor sim
muito mais
estapeia
perfura
queima
destrói
com todo ódio em contradição
a cara
de quem não tem
coragem nem
coração nem
pura amizade
ou compaixão