6 de agosto de 2016

condor

sobvoando
correntes de ar
de pé derrubado

melhor adolescer outra vez

Sofrer adulto pesa
perde toda graça

vestir uma dorzinha às vezes é divertido
de ver no espelho
mas olhe-se nu que a coisa pega
que tudo que veio se agrega

cadê a lua cheia?
a noite me cega
condor sem sonar
a verdade chega
por favor, vem me soltar!

abro os olhos
saldo do banco
saldo da vida
saldo almoço
náuseas

amor adulto
sofrer é o caralho
insulto
ao cronograma

condor não tem humor
não há tempo pra piada
nem espaço pra graça

imagino mais risadas
fecho os punhos nas espadas
sobvoando
correntes de ar
a crise não vai me esperar