16 de dezembro de 2015

Chuva mijo e lixo

A multidão de toda parte
sempre me bate e acalanta
em bares quinas, Rei do Mate
canta e encanta e ama espanca

e nunca encaixa no tempo a vida
e o coração dentro do peito
e a barulheira na avenida
pra dor de ouvido dá-se um jeito

e como dá pra amar-se isso
que cheira a chuva mijo e lixo?

eu não me amo, eu me declaro
eu não consigo, eu me persigo
e um bom barato acaba caro
na rua para
carro e perigo

contra maré de gente eu vou
com mente sã passando mal
eu me persigo eu não sou
um perseguido capital

co'a gente torta um belo nicho
que gruda como carrapicho
no inconsciente sem o capricho
dos predadores, selva e bicho

e como da pra amar-se isso
que cheira a chuva mijo e lixo

pois já dizia o bom chicó
não sei só sei que foi assim só

Nenhum comentário: