7 de março de 2015

Os mandamentos: Verdade na mente e no espírito

Imagens e texto citado extraídos da página Cidade da fé

" Mais um Sacrilégio! Há poucas horas, um protestante da igreja universal - sim, aquela porcaria de seita do "bispo" Macedo - invadiu a Igreja Matriz de Montes Claros-MG e quebrou várias estátuas de santos. A polícia já prendeu o vândalo.
Mais informações na página da Arquidiocese De Montes Claros
 "

A ignorância humana é infinita. Quando você se depara com a notícia de que um cristão quebrou monumentos cristãos você imagina o que raios motivou uma atitude dessa. Feita a pergunta alguém levanta o dedo e fala, "ah! é por causa dos dez mandamentos". Está explicado, mas justificado não está mesmo!

Existe utilidade no estudo de textos bíblicos, mas é claro que não podemos internalizar esses mandamentos simplesmente engolindo um texto escrito a milênios atrás. A partir de cada mandamento uma reflexão pode (e deve) ser levantada. 
O segundo mandamento (não farás imagens quaisquer para adorá-las, etc) está ligado ao que é superficial. A ideia é manter a adoração à entidade espiritual, não privilegiando uma imagem. Isso não significa que devemos destruir imagens. Significa que não devemos nos apegar a elas; em última instância não se trata apenas de santos e imagens de cruzes e de cristo; não devemos nos apegar a templos, a igrejas, a sacerdotes (principalmente os falastrões, criminosos, fundamentalistas), já que o divino reside dentro de cada um de nós.

Fora que mandamentos similares são universais em todas as religiões. Estão ligados a virtudes essenciais humanas. A virtude do primeiro mandamento, assim como do primeiro artigo da lei escoteira, é a virtude da verdade. Trata-se da busca da verdade suprema, que está ligada à crença em um deus único, perante a Bíblia.

Mas afinal, pensar que Deus é único e onipresente não deveria nos fazer respeitar todas as religiões, já que Deus, sendo único e onipresente, repito, está obviamente manifesto em todas elas?

A segunda virtude, que se refere a estas imagens, é a lealdade. A lealdade a essa mesma verdade. Pensar em um deus único e depois pensar em múltiplos deuses, em imagens, em personalidades, poderia ser a ausência de lealdade. Mas já que estamos no plano metafísico, me parece que o importante é a postura. Sermos leais a nós mesmos é um primeiro ponto. Se sentirmos que estamos sendo leais, importa essa perspectiva interna. Ou seja, perante a crença católica, não há problemas considerar os santos como entidades intermediárias e não há problemas em fazer estátuas de Santos como adornos. Se você discorda, basta ficar longe.

Cada uma das leis, mandamentos e/ou virtudes não pode ser bem compreendida em isolamento. Quem quebrou esta imagem foi ignorante por pensar na segunda lei, sem levar em conta a sétima, oitava e décima. A sétima, "não cometerás adultério", tem como virtude a Consciência, saber o que é devido e o que não é, ter disciplina e respeito; a oitava, "não roubarás", tem como virtude a Felicidade, não querer nem invejar o que é do outro e ser feliz por si mesmo; e a décima, "não cobiçarás o que é do próximo", tem como virtude a Pureza e assim como a sétima e oitava, implica no RESPEITO, na purificação da mente, do corpo e do espírito, em não se manchar com ódio, violência, vaidade e prepotência.

Sejam puros, verdadeiros, felizes e ponderados; assim a lei divina e consequentemente a Lei Escoteira, mesmo que você não seja escoteiro, estará sendo cumprida.

Concluindo, se analisarem, como acabei de fazer, este trecho do Êxodo, que trata dos mandamentos e leis trazidos por Moisés, perceberão que a banalidade com que o texto fala sobre escravidão, mostra o quanto existe de podridão humana nesta suposta "palavra divina" e o quanto é errôneo aceitar a simples literalidade do que está ali posto. Perante a simples afirmação literal do que está na Bíblia eu diria, inclusive, que é uma obrigação moral quebrar todos os mandamentos, mas esta quebra, se bem governada e refletida acaba por ser um cumprimento muito mais profundo de tudo que subjaz à sua verdade, a verdade divina, à verdade única do universo, do tudo, do todo uno e infinitamente múltiplo, que é Deus.

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