sobvoando
correntes de ar
de pé derrubado
melhor adolescer outra vez
Sofrer adulto pesa
perde toda graça
vestir uma dorzinha às vezes é divertido
de ver no espelho
mas olhe-se nu que a coisa pega
que tudo que veio se agrega
cadê a lua cheia?
a noite me cega
condor sem sonar
a verdade chega
por favor, vem me soltar!
abro os olhos
saldo do banco
saldo da vida
saldo almoço
náuseas
amor adulto
sofrer é o caralho
insulto
ao cronograma
condor não tem humor
não há tempo pra piada
nem espaço pra graça
imagino mais risadas
fecho os punhos nas espadas
sobvoando
correntes de ar
a crise não vai me esperar